Não há praga maior do que as filas. Difíceis de controlar, praticamente impossíveis de erradicar, mas têm a sua utilidade, pois fornecem indicadores interessantes sobre um país, elas são de uma proporcionalidade fantástica. Veja que, quanto menos desenvolvido o país, tanto maior a crença da população de que as filas são o melhor exemplo de sociedade organizada.
Elas falam sobre o nível tecnológico do país quando as pessoas preferem acordar quatro horas antes do expediente mesmo se o seu atendimento depende exclusivamente de uma senha eletrônica, ou sobre a ignorância informática da população na hora de fazer a declaração de renda para a Receita Federal. Claro que não podemos esquecer que servem também para fofocar sobre o vizinho que não imagina que é corno graças a demora na fila do ônibus, ou para aumentar a autoestima da menina do caixa do supermercado com xavecos improvisados em cima da lista de compras, enfim, sem elas talvez não saberíamos o que seria beber e fumar socialmente.
As filas também são um bom indicativo de produção, afinal quanto mais tempo as pessoas passam nas filas, menos tempo passam trabalhando e os atendentes conhecem a situação, por isso as filas são longas e demoradas demonstrando a sua solidariedade com os clientes, infelizmente muita gente não compreendem e se exaspera profundamente com a lendária morosidade das filas, esquecem-se que graças a elas, evitam expor-se a situações potencialmente perigosas como a possibilidade de serem seqüestrados na sua própria casa. Elas sempre dizem coisas interessantes: a da padaria, por exemplo, diz que o pão até não é tão bom, mas é barato, a do banco, quanto maior a fila, melhor a política de crédito. Mas não há nada melhor que a do talho, entre uma e outra lição de anatomia para donas de casa, você ainda se deleita com as melhores estórias da vizinhança, entretanto nenhuma é tão irritante quanto a das repartições públicas – onde você espera por horas a fio e quando chega a tua vez sempre falta mais um documento, ou assinatura. Engraçada mesmo é a fila do chapeleiro, e da loja de roupas, todos esperando desesperados pela sua vez de se despir. Poucas são tão disputadas como a do bar, sobretudo se o barman for uma mulher.
Tem também as filas sazonais, por elas podemos dizer em que dia do mês estamos, como as do salário, as das vésperas do natal, páscoa e dia das mães, ou a eleitoral, que normalmente quer dizer que acabou a copa.
Elas falam sobre o nível tecnológico do país quando as pessoas preferem acordar quatro horas antes do expediente mesmo se o seu atendimento depende exclusivamente de uma senha eletrônica, ou sobre a ignorância informática da população na hora de fazer a declaração de renda para a Receita Federal. Claro que não podemos esquecer que servem também para fofocar sobre o vizinho que não imagina que é corno graças a demora na fila do ônibus, ou para aumentar a autoestima da menina do caixa do supermercado com xavecos improvisados em cima da lista de compras, enfim, sem elas talvez não saberíamos o que seria beber e fumar socialmente.
As filas também são um bom indicativo de produção, afinal quanto mais tempo as pessoas passam nas filas, menos tempo passam trabalhando e os atendentes conhecem a situação, por isso as filas são longas e demoradas demonstrando a sua solidariedade com os clientes, infelizmente muita gente não compreendem e se exaspera profundamente com a lendária morosidade das filas, esquecem-se que graças a elas, evitam expor-se a situações potencialmente perigosas como a possibilidade de serem seqüestrados na sua própria casa. Elas sempre dizem coisas interessantes: a da padaria, por exemplo, diz que o pão até não é tão bom, mas é barato, a do banco, quanto maior a fila, melhor a política de crédito. Mas não há nada melhor que a do talho, entre uma e outra lição de anatomia para donas de casa, você ainda se deleita com as melhores estórias da vizinhança, entretanto nenhuma é tão irritante quanto a das repartições públicas – onde você espera por horas a fio e quando chega a tua vez sempre falta mais um documento, ou assinatura. Engraçada mesmo é a fila do chapeleiro, e da loja de roupas, todos esperando desesperados pela sua vez de se despir. Poucas são tão disputadas como a do bar, sobretudo se o barman for uma mulher.
Tem também as filas sazonais, por elas podemos dizer em que dia do mês estamos, como as do salário, as das vésperas do natal, páscoa e dia das mães, ou a eleitoral, que normalmente quer dizer que acabou a copa.