sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Liberdades ilusórias



Há alguns dias peguei-me pensando a respeito das ditaduras, é isso mesmo! Não é novidade para ninguém, que  o mundo parece estar cheio delas, apesar de algumas vezes estarem travestidas de democracias, aliás. Uma das grandes proezas destes sistemas de gerenciamento, é sua habilidade para disfarçarem-se de coisas mais facilmente tragáveis pela nossa famigerada ignorância, mascarando-se de liberdades ilusórias, possibilidades de escolha e/ ou igualdade de oportunidades. Apregoando probabilidades que nunca possuímos, através de discursos, que utilizam de forma prostitutiva, jargões facilmente transformados em lugares comuns, quando se aborda o assunto, convertendo ideias como: livre arbítrio, liberdade de expressão, livre pensamento, participação democrática, decisões coletivas, etc. em panfletarismos baratos e sem significado algum para a maior parte das pessoas. Portanto, nossas supostas escolhas não passam de opções arranjadas de maneira quase conspiratória, de modos que as pessoas possam convencer-se de que são elas mesmas as fazedoras de suas histórias, quando na verdade, não passam de reprodutoras de uma filosofia totalmente inteligível, enquanto são coagidas a acreditar de forma sistemática e compulsória, que suas convicções sobre escola, profissão, família e outras coisas, são o resultado de um interessante exercício de reflexão crítica, ou de uma panaceia introspectiva, esterilizada de estímulos presentes em seus frustrantes quotidianos. Talvez seja melhor viver assim, pois, alguns de nós, talvez não conseguissem conceber que nem mesmo o que vestimos seja devido a um direcionamento prévio de seu senso estético, ou que casamos mais por que aprendemos que este é um valor importante, do que por termos descoberto o amor de nossas vidas, e ainda, que querer ser adulto está longe de se relacionar à uma pretensa necessidade de se tornar responsável por si e pelos seus atos. Finalmente, é pura utopia achar, que escolhemos objetos, lugares, pessoas e situações simplesmente por gostarmos delas. O sistema manipula-nos, fazendo-nos acreditar que, o que dizemos são ideias desenvolvidas por nós próprios, a respeito do mundo, quando na maior parte das vezes só escolhemos entre as opções que nos são previamente oferecidas.