sexta-feira, 29 de junho de 2012

Mudanças pelas quais eu culpo as mulheres

experiência tem-me mostrado, que os homens não acordam pensando na necessidade de mudarem de vida. Normalmente tem sempre uma mulher envolvida (entrando ou saindo  de suas vidas) por detrás daqueles discursos que usam para convencer a si próprios e aos outros, que precisavam de novos ares, de ganhar novas experiências e aproveitar a vida de modo diferente. 
As mudanças mais interessantes, surgem quando nos apaixonamos, que na verdade, nada mais é do que o efeito de hormônios, que desregulam de forma inconsequente as nossas ações, obrigando-nos a grandes transformações para impressionar a sicrana. Nessa altura, qualquer homem que se preze, pensa em deixar de lado pelo menos temporariamente, aquela calça desgastada, ou o tênis que servia para todas as ocasiões e até reaprende a importância da higiene pessoal. Alguns vão além das mudanças físicas, tentando parecer menos brutos do que o costume sem, claro, despirem completamente aquele machismo que lhes oferece a autoconfiança de que necessitam para continuarem a achar, que essas mudanças são voluntárias. No segundo caso está a mudança que resulta da saída, quando termina o efeito dos hormônios e de repente, todas coisas que achavas divertidas nela se tornam defeitos insuportáveis e fazes a grande descoberta de que no fundo a menina não era o que querias ou pensavas que fosse. Entendes finalmente que precisas de mais espaço para descobrires quem realmente és, sozinho, fazendo emergir o clássico “eu sou o problema, não você”. Aqui mudar se torna necessário, até mesmo para a tua segurança e também para evitar despertar inveja nas pessoas erradas, porém, seja qual for o motivo, mudanças são sempre difíceis, mas ao menos oferecerem, interessantes oportunidades de visualizarmos as nossas desgraças e compará-las com as dos outros, ou para suportar de maneira resignada o “eu te avisei” daqueles amigos propositadamente inoportunos, que sempre estiveram lá olhando com uma inveja velada para os teu sorrisos espontâneos e suspiros sem motivo aparente, enquanto eram forçados pelas circunstâncias a darem um sentido melodramático a tua recente felicidade, vaticinando um fim próximo e uma mudança dramática na tua vida. Fazendo-te acreditar que é isso que fazem os verdadeiros amigos.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Insanidade é essencial

Alguém já ouviu dizer que de louco todo mundo tem um pouco? Pois bem, azar de quem não tem, pois parece haver uma dose essencial de loucura por detrás de todas as invenções geniais que conhecemos e usamos, ou seja, os acessos de loucura de algumas pessoas são muito mais benéficos do que gostamos de admitir. É só prestarmos atenção para o seguinte: inventores geniais são muitas vezes considerados birutas, endemoniados e não menos vezes hereges. Vejamos por exemplo o caso de nomes como Sócrates, que fez questão de garantir para si mesmo uma morte tão dramática quanto as encenadas nos teatros sobre o amor trágico, Galileu, oportunamente salvo pela sua covardia, quase queimado apenas porque reinventou totalmente o significado romântico do pôr-do-sol. A lista é extensa e continua entre assassinatos cobardes, martirizações despropositadas e mortes desnecessariamente dramáticas, mas felizmente, mesmo que essa suposta loucura tenha sido, ou não sancionada pela sociedade, eles continuam com as suas paranoias que a bem da verdade, garantem-nos um conforto cada vez maior. E para aqueles que acreditam que isso é apenas balela, pensem nas descobertas, ou invenções como o TNT, quem em sã consciência tentaria criá-lo? Porém, apesar de todas as circunstâncias infelizes em que o mesmo surgiu, hoje, seu criador é patrono da instituição que oferece o prêmio de visibilidade social mais ambicionado do mundo, o Nobel. Pensem na mente doentia de quem criou o primeiro avião, do que queria ele escapar? A mim não interessa se foram os irmãos Wrigth ou Dumond, a ideia vai-me parecer sempre uma grande doidice. Não dá para esquecer que foi a obsessão de um homem (considerado incapaz de aprender), que com a invenção da lâmpada ajudou-nos a chegar a atraente ideia dos passeios românticos à noite, enquanto outro, criou com o celular, uma nova maneira de se masturbar e nem perguntamos como, quando dispensamos suspiros orgásticos com quem está do outro lado da linha. E antes disso, quem pensou em usar ondas de rádio para comunicação, devia ser um esquizofrênico imaginando uma maneira de conversar com seus fantasmas, ou talvez apenas tentando lidar com sua mania das perseguições. Não dá para deixar de pensar, que algumas invenções além de loucas são também perversas, porque pergunto à mim mesmo, de onde  Freud tirou a estrutura do aparelho psíquico? E ainda deixou para outros cientistas a tarefa cabeluda de provarem a existência do inconsciente. Mas pronto, ele apenas fez algo que os físicos já estavam acostumados: inventar forças, energias e partículas que não podem ser observadas senão através dos seus efeitos, uma forma genial de garantir que a sua loucura seja levada a sério e rendendo como bônus, mitos interessantes, como no caso de Newton, afinal como alguém vê uma maçã cair e pensa em gravidade? Eu com certeza pensaria antes em sobremesa. Entretanto, independentemente do que pensamos, ou  acreditamos, todos esses gênios, nos seus acessos de loucura, muito mais do que na sua genialidade inconsistente, criaram coisas extraordinárias, obrigando-nos a pensar se talvez não seria mais útil para a sociedade que aprendêssemos a ser um pouco mais loucos, pois, essa pode ser a diferença entre um Stephen Hawking genialmente louco e um pobre doente mental incapacitado, ou entre um Einstein revolucionário e um outro velho seboso e incompreensivelmente incompetente.