segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Um assalto de cada vez

Todos os dias somos inundados com noticiais desesperadoras de crimes que já fazem parte do nosso quotidiano. Ninguém mais está isento de ser abordado por um estranho com um capuz, uma arma e uma criatividade lingüística enorme para anunciar um assalto. Ficar em casa nunca foi tão perigoso. E a habitual segurança de estarmos no nosso espaço pessoal foi substituída pelo medo constante de ser capitulado na sua própria cozinha, usando o teu conhecimento do lugar para te manter refém, e sair que nunca foi seguro, agora se tornou quase letal, seja ir ao banco cheio de esperanças de que aquele mísero salário já tenha caído, ou à farmácia da esquina para comprar a camisinha na esperança de antecipar o fim-de-semana, ou ainda na fila do supermercado, enquanto flertas com a moça do caixa. Não tem hora nem local exato para seres surpreendido com um enérgico: “isso é um assalto”, fazendo com que a tua vida se confunda com um filme perigosamente suspensivo, enquanto tens uma arma apontada para qualquer lugar vital do teu corpo, porque tu estavas justamente naquele lugar, no momento inapropriado.

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