Hoje
acordei com uma grande vontade de descobrir a verdade por detrás daqueles mitos
que se eternizam no nosso seio, entender a sua importância e porque continuam a
motivar comportamentos irracionais mesmo no nosso tempo, que é até considerado
altamente desenvolvido, pois segundo a crença geral, nunca tivemos tantos
recursos disponíveis quanto agora, o que não deixa de ser um verdadeiro mito. Afinal, as sociedades sempre atingiram altos picos de desenvolvimento tecnológico e
humano. E quase sempre esse foi exactamente
o seu Calcanhar de Aquiles. Cada fase de ouro, que caracterizava as civilizações
antigas foi o prenúncio de um grande cataclismo. Impérios desintegraram-se,
civilizações inteiras desapareceram, reinos desmoronaram, deixando apenas como
prova de sua implosão, hipóteses duvidosas de sua existência.
Foi
assim com os Astecas, com os Maias, com o Império Romano e até com o reino do
Congo. Porém, queremos convencer-nos de que hoje temos métodos para tornar as
nossas ditaduras mais duradoiras e supõe-se que toda a modernice dos exércitos
actuais será uma apólice de seguro eterna. Que prisões e mortes clandestinas evitarão
que cadeiras sejam desocupadas desavisadamente ou que o povo faça um levante de
forma inesperada, o que nos leva a outro mito: “A massa é burra, não pensa por
conta própria”. Engana-se quem acredita nisso e também quem acredita que ela é
inerte como uma rocha, pelo contrário, é como uma lava vulcânica que jaze
pacientemente adormecida, apenas a espera do limite. Apenas a espera do momento
para acordar (transbordar) e fazer alguma coisa a respeito e quando isso
acontecer vai ser uma verdadeira catástrofe, aliás, tem sido assim em outros
lugares há milênios, foi assim recentemente na febre dos países árabes, quando
outro mito foi destronado: “A religião é o ópio do povo”, porque apesar de
muito religiosos eles não pareceram dopados quando reclamaram pela dignidade
que há muito lhes havia sido usurpada, fazendo-nos pensar quase
instantaneamente que também a idéia: “Pobre não tem dignidade” é outro mito
facilmente destrutível, pois, logo ficou claro que apenas pobres de espírito
não têm dignidade, ou contentam-se em tê-la tão pouca que acabam não
reivindicando. E dessa forma eu espero para bem dessa pequena aldeia da
humanidade, que vários outros mitos que nos paralisam e nos fazem pensar de
forma tão diminuída sejam paulatinamente derrubados e o maior de todos eles,
seja também o mais brutalmente atacado, porque sinceramente, é inadmissível que
“A ignorância possa ser uma benção”.
As coisas que nos esquecemos de reflectir! Aí funcionamos apenas como espelho (que só reflecte o que lhe aparece pela frente)...
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