segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mitos perigosos


Hoje acordei com uma grande vontade de descobrir a verdade por detrás daqueles mitos que se eternizam no nosso seio, entender a sua importância e porque continuam a motivar comportamentos irracionais mesmo no nosso tempo, que é até considerado altamente desenvolvido, pois segundo a crença geral, nunca tivemos tantos recursos disponíveis quanto agora, o que não deixa de ser um verdadeiro mito. Afinal, as sociedades sempre atingiram altos picos de desenvolvimento tecnológico e humano. E quase sempre esse foi exactamente  o seu Calcanhar de Aquiles. Cada fase de ouro, que caracterizava as civilizações antigas foi o prenúncio de um grande cataclismo. Impérios desintegraram-se, civilizações inteiras desapareceram, reinos desmoronaram, deixando apenas como prova de sua implosão, hipóteses duvidosas de sua existência.
Foi assim com os Astecas, com os Maias, com o Império Romano e até com o reino do Congo. Porém, queremos convencer-nos de que hoje temos métodos para tornar as nossas ditaduras mais duradoiras e supõe-se que toda a modernice dos exércitos actuais será uma apólice de seguro eterna. Que prisões e mortes clandestinas evitarão que cadeiras sejam desocupadas desavisadamente ou que o povo faça um levante de forma inesperada, o que nos leva a outro mito: “A massa é burra, não pensa por conta própria”. Engana-se quem acredita nisso e também quem acredita que ela é inerte como uma rocha, pelo contrário, é como uma lava vulcânica que jaze pacientemente adormecida, apenas a espera do limite. Apenas a espera do momento para acordar (transbordar) e fazer alguma coisa a respeito e quando isso acontecer vai ser uma verdadeira catástrofe, aliás, tem sido assim em outros lugares há milênios, foi assim recentemente na febre dos países árabes, quando outro mito foi destronado: “A religião é o ópio do povo”, porque apesar de muito religiosos eles não pareceram dopados quando reclamaram pela dignidade que há muito lhes havia sido usurpada, fazendo-nos pensar quase instantaneamente que também a idéia: “Pobre não tem dignidade” é outro mito facilmente destrutível, pois, logo ficou claro que apenas pobres de espírito não têm dignidade, ou contentam-se em tê-la tão pouca que acabam não reivindicando. E dessa forma eu espero para bem dessa pequena aldeia da humanidade, que vários outros mitos que nos paralisam e nos fazem pensar de forma tão diminuída sejam paulatinamente derrubados e o maior de todos eles, seja também o mais brutalmente atacado, porque sinceramente, é inadmissível que “A ignorância possa ser uma benção”.

Um comentário:

  1. As coisas que nos esquecemos de reflectir! Aí funcionamos apenas como espelho (que só reflecte o que lhe aparece pela frente)...

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