Dizem que houve um tempo em que muitos alunos queriam ser professores e queriam aprender alguma coisa, porque tinha
alguém que fazia um esforço obstinado para ensiná-los. Em que considerar os
professores enciclopédias ambulantes não era um exagero, claro que foi antes da
invenção do Google, quando ainda podiam dar-se ao luxo de dizer, que se não
concordavam é porque estava errado e se não tinham ouvido falar é porque não
existia, quando amor à camisola ainda era um argumento aceitável para qualquer
profissão. Muito antes desse paraquedismo ridículo de profissionais, que tem
transformado a profissão numa instância de reaproveitamento de todo o tipo de
incompetências e negligências propositadas, sem contar o acobertamento da
realidade de profissionais que se prostituem mentalmente para garantir uma
reserva estratégica da pouca dignidade, que ainda mantêm. Pelo visto, aquela
caricatura de um homem magro de tanto inventar soluções para os problemas do
seu difícil quotidiano, ainda não deu lugar, ao barrigudo e bem vestido senhor,
mesmo que infelizmente, a idéia romântica de homem justo, que proclama idéias
libertárias na sala de aulas, intercalando com gritos revolucionários tentando
problematizar todos os discursos políticos dos jornais nacionais, contestando
políticas públicas recentemente divulgadas, ou debatendo-se contra a
inconsistência das leis que se promulgavam diariamente, substituiu-se por um
conformismo perigosamente vicioso, que algumas pessoas defendem com argumentos convenientemente confusos.
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