quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Amor à camisola

Dizem que houve um tempo em que muitos alunos queriam ser professores e  queriam aprender alguma coisa, porque tinha alguém que fazia um esforço obstinado para ensiná-los. Em que considerar os professores enciclopédias ambulantes não era um exagero, claro que foi antes da invenção do Google, quando ainda podiam dar-se ao luxo de dizer, que se não concordavam é porque estava errado e se não tinham ouvido falar é porque não existia, quando amor à camisola ainda era um argumento aceitável para qualquer profissão. Muito antes desse paraquedismo ridículo de profissionais, que tem transformado a profissão numa instância de reaproveitamento de todo o tipo de incompetências e negligências propositadas, sem contar o acobertamento da realidade de profissionais que se prostituem mentalmente para garantir uma reserva estratégica da pouca dignidade, que ainda mantêm. Pelo visto, aquela caricatura de um homem magro de tanto inventar soluções para os problemas do seu difícil quotidiano, ainda não deu lugar, ao barrigudo e bem vestido senhor, mesmo que infelizmente, a idéia romântica de homem justo, que proclama idéias libertárias na sala de aulas, intercalando com gritos revolucionários tentando problematizar todos os discursos políticos dos jornais nacionais, contestando políticas públicas recentemente divulgadas, ou debatendo-se contra a inconsistência das leis que se promulgavam diariamente, substituiu-se por um conformismo perigosamente vicioso, que algumas pessoas defendem com argumentos  convenientemente confusos. 

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