Nada
pior do que um otimista. Digo isso porque já fui um e até pouco tempo, tive
vários amigos que o eram. Eu não sabia quão difícil é entender como aquele
sorriso constante e aquela áurea aparentemente inesgotável de positividade às
vezes é irritante. Algumas pessoas talvez não tenham parado para pensar no fato
de que existem momentos em que gostaríamos de ser pessimistas, de nos
esgotarmos com sonhos e premonições assustadoras sobre nossa vida profissional,
emocional e social, sem que venha o safado do otimista para nos mostrar como a
vida é bela e como nos esquecemos com frequência de aproveitarmos os pequenos
milagres como o simples respirar, ou de absorver as positividades cósmicas que
proliferam no ar. Quando depois de uma corrida desenfreada para pegar o ônibus,
tropeçamos e ainda assim não conseguimos pegá-lo, sendo obrigados a engolir a
vergonha e a poeira que nos sobrou da queda despropositada, nos achamos no
direito de praguejar, antecipando-se às outras possíveis desgraças do dia; e lá
vem mais um otimista qualquer, lembrando-te quanta sorte tiveste em não ter
quebrado a perna na queda e que talvez, não ter entrado naquele ônibus tenha
sido uma providência divina. Claro que ao ouvir isso tens todo o direito de
engendrar de forma silenciosa, é claro, um plano para esganar o camarada, ou ao
menos podes torcer para que ele se engasgue em algum canto de seu otimismo
tirânico, o que te faz gastar um tempo desnecessário e talvez faça com que te
atrases ao serviço, sabendo que vais ser por isso, obrigado a trabalhar em cima
de uma falta , que o déspota do seu chefe não aceita justificar. Começas então
a maldizer o desconto no salário, que na certa vais sofrer, aproveitando dessa
forma, mais uma vez, o direito de barganhar; antes daquele sorriso anarquista,
que tenta te convencer que a vida é feita de altos e baixos e talvez o chefe
seja bonzinho a ponto de esquecer isso e nem te descontar; e como se não
bastasse, ainda vem aquele conselho obrigatoriamente otimista: “faça uma cara
mais alegre”. Isso faz-nos perceber que aos poucos vai-se tornando cada vez
mais difícil ser pessimista e isso vai criando um aperto por dentro,
deixando-nos tristes e cabisbaixos, quando oportunisticamente aparece alguém
disposto a tirar-nos o gozo de parecer um coitadinho, recebes uma, duas, três
palmadinhas amigáveis nas costas e um
irritante: a vida é mesmo assim, mas é preciso pensar positivo”. Nessa altura
normalmente já se tornou insuportável respirar o mesmo ar que essa gente e para
não sufocar, eu procuro desesperadamente alguém que não seja tão irritantemente
otimista.
E aí feliz!!! To aqui no nosso blog hehehe. Seu nome por si só já é um emblema do otimismo. Mas aqui no Brasil ele também pode ser utilizado com outra conotação: Por exemplo, se forem fazer um sorteio para decidir quem vai lavar toda a louça, a pessoa que sorteia pode dizer assim --- Vamos ver quem vai ser o felizardo que irá lavar toda a louça pra gente!!!
ResponderExcluirVc tá com raiva dos otimistas? Acho que está com saudades das aulas da Unesp sobre Foucault.
kkkkkkkkkk
grande abraço
Douglas (não Magrini)
Oi Douglas, (não Magrini), tudo bem? Que bom que tu ainda manténs o senso de humor, sem ele com certeza esse texto não faria tanto sentido; e podes crer que ter tido aquelas aulas foi o ponto de partida para pensar dessa forma.
ResponderExcluirAquele abraço
hahahaha muito bom mais em Angola se não fores e nem teres um otmista para te lembrar de babozeira de um otmista ficas louca ou louco.
ResponderExcluirvisita edith da cruz
beijos