Maria Eugenia, estudante do curso de Psicologia, Unesp, campus de Assis |
Desde que nos conhecemos por gente, nós
mulheres temos nossos corpos, desejos e sexualidades domados e limitados com
imposições sociais, deturpadas noções de certo e errado, renegados por
preceitos religiosos que muitas vezes nem fazem parte das nossas crenças
pessoais. É nos imposto o exercício da
feminilidade, da docilidade, da ternura. Os “modos de menina” sempre faz com
que nossa liberdade seja pouco a pouco tolhida, ainda nos verdes anos, diante
de orientações daqueles que, teoricamente, só querem o nosso bem.
No
início da adolescência, nos vemos diante de mais uma imposição, dessa vez a
heterossexualidade compulsória. No entanto, muitas vezes
o desejo, esse cujas correntes sociais não são capazes de prender e brota feito
um rio que não se pode represar, não corresponde com as expectativas
sociais. Daí então se inicia uma
sequência de questões e conflitos, desde a autoafirmação até a objetificação
sexual.
Nosso
corpo é visto como a serviço do masculino e o mesmo se supõe quanto ao nosso
desejo. E quando nele não cabe o prazer do homem, eles o julgam incompleto. Das
tantas violências sofridas, a objetificação da mulher lésbica é uma das mais
agressivas. Cerceia nossos desejos, nossa expressão de afeto, nosso espaço e
nossos direitos.
Nem
nosso corpo, nem nosso desejo e nem nossas relações estão a serviço do prazer
masculino. É direito da mulher lésbica ter sua relação reconhecida, respeitada
e não objetificada em espaço algum. O corpo da mulher é dela e somente de quem
ela deseja que seja. Não estamos e nem estaremos a mercê do desejo de quem não
nos agrada.
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