domingo, 8 de novembro de 2015

A objetificação da mulher lésbica

Maria Eugenia, estudante do
curso de Psicologia, Unesp,
campus de Assis
Desde que nos conhecemos por gente, nós mulheres temos nossos corpos, desejos e sexualidades domados e limitados com imposições sociais, deturpadas noções de certo e errado, renegados por preceitos religiosos que muitas vezes nem fazem parte das nossas crenças pessoais.  É nos imposto o exercício da feminilidade, da docilidade, da ternura. Os “modos de menina” sempre faz com que nossa liberdade seja pouco a pouco tolhida, ainda nos verdes anos, diante de orientações daqueles que, teoricamente, só querem o nosso bem.

No início da adolescência, nos vemos diante de mais uma imposição, dessa vez a heterossexualidade compulsória. No entanto, muitas vezes o desejo, esse cujas correntes sociais não são capazes de prender e brota feito um rio que não se pode represar, não corresponde com as expectativas sociais.  Daí então se inicia uma sequência de questões e conflitos, desde a autoafirmação até a objetificação sexual.

Nosso corpo é visto como a serviço do masculino e o mesmo se supõe quanto ao nosso desejo. E quando nele não cabe o prazer do homem, eles o julgam incompleto. Das tantas violências sofridas, a objetificação da mulher lésbica é uma das mais agressivas. Cerceia nossos desejos, nossa expressão de afeto, nosso espaço e nossos direitos.

Nem nosso corpo, nem nosso desejo e nem nossas relações estão a serviço do prazer masculino. É direito da mulher lésbica ter sua relação reconhecida, respeitada e não objetificada em espaço algum. O corpo da mulher é dela e somente de quem ela deseja que seja. Não estamos e nem estaremos a mercê do desejo de quem não nos agrada.

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